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Lídia Rosenhein
A história conta que no dia 13 de maio 1888 a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, lei de abolição da escravatura, apesar de mais de um século desde abolição o negro ainda busca seu lugar ao sol, e essa busca não é diferente no teatro. Mesmo se falando em democracia racial constantemente,o Brasil ainda é preconceituoso, a arte ainda é preconceituosa. Vejo no teatro hoje a participação do negro na maioria das vezes escassa ou em grupos teatrais que surgem de projetos sociais de periferia como o “nóis do Morro”. No Teatro geralmente os negros aparecem interpretando papéis de escravos,empregados ou marginais, raramente são protagonistas.
No período colonial como estudado no texto de Abadias do Nascimento o negro estava presente, pois nesta época o teatro era visto como “profissão desprezível... abaixo das infames e criminosas” (NASCIMENTO, 1968 P. 195), e quando o teatro deixou de ser marginalizado, o negro foi substituídos por brancos pintados de negros e este cenário cultural apenas começou a mudar com o surgimento do Teatro experimental do Negro.
A ausência do negro no teatro é o reflexo da sociedade atual, não é apenas no teatro, é na mídia, nas universidades, nas escolas. No teatro ainda por atender interesses do senso comum e comercial, coloca o negro em segundo plano, ou mesmo omiti sua existência, é um preconceito camuflado disfarçado, mas é um preconceito. A presença dos negros nos palcos contraria a percepção deste senso comum, fora os protagonistas de grupos teatrais de periferias, o negro infelizmente ainda ocupa o espaço estereotipado pela sociedade, em maior numero em qualquer área das artes.Essa é a percepção que tenho a partir dos espetáculos que já assisti.
Referências Bibliográficas :
NASCIMENTO, Abadias do. Teatro negro do Brasil: uma experiência sócio-racial. In Revista Civilização Brasileira. Caderno especial 2: teatro e realidade brasileira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 1968.
Trabalho de Teatro Brasileiro II